O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná analisou uma Apelação Cível movida por uma instituição financeira em um interessante caso envolvendo a cobertura de PROAGRO. O caso envolveu a execução de uma Cédula de Crédito Rural Pignoratícia, em que os produtores alegaram que não poderiam ser condenados a pagar a cédula uma vez que eles haviam contratado a cobertura do PROAGRO e houve, no caso, a perda da lavoura de soja devido a uma seca severa.
A sentença de primeiro grau julgou favorável aos produtores, declarando a inexigibilidade da dívida, pois foi constatado que a instituição financeira não concluiu o procedimento administrativo do PROAGRO. Isto é, o banco foi comunicado sobre a perda da lavoura, mas não houve provas nos autos de que o pedido de cobertura do seguro tenha sido processado ou decidido pela instituição financeira. Essa negligência no processamento do seguro é imputável ao banco, tornando a cédula rural inexigível.
O Tribunal manteve a decisão de primeira instância, ressaltando que, devido à falta de análise e julgamento do pedido de cobertura do seguro PROAGRO pela instituição financeira, o banco não pode proceder com a cobrança do débito, confirmando a responsabilidade do banco pela quitação da cédula em razão da falha na prestação do serviço.
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ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Este resumo refere-se a um caso específico julgado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná e reflete a interpretação particular dos fatos e da legislação aplicável por este tribunal ao caso. É importante destacar que cada caso tem suas particularidades e a interpretação da lei pode variar de acordo com o entendimento de outros juízes ou tribunais. Portanto, futuras decisões judiciais poderão apresentar resultados diferentes com base em circunstâncias e contextos específicos.
Tobias Marini de Salles Luz – advogado. Contato: (44) 9 9158-2437 (whatsapp) / tobias@direitorural.com.br
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