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O defensivo agrícola que salva

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Por Renato Pereira – Se alguma coisa despertar a indignação da Marina Silva, Guilherme Boulos e Manuela D’Avila tem grande possibilidade de ser boa; agora, se também provocar a ira da Bela Gil e do Caetano, pode ter certeza de que é excelente. É o caso do Projeto de Lei que passou a ser chamado, com desprezo, de “PL do Veneno” pessoas citadas acima e seus admiradores. O objetivo dele é modernizar a regulamentação do uso de defensivos agrícolas no Brasil, já aprovado na primeira comissão por 18 votos contra nove, mas ainda sob pressão da turma verde.

A tática de dar apelido ao inimigo é contundente e têm o poder de trazer para o lado dos exaltados as pessoas menos informadas. Claro que os defensivos são veneno, se não fossem não atingiriam o objetivo de matar os insetos que teimam em comer as lavouras que não plantaram.

Estamos em um país tropical onde o calor e a umidade favorecem a proliferação de pragas e doenças e sem a ajuda dos defensivos é impossível produzir. Aliás, é bom dizer que o nome “defensivo” vem dessa função de defender a planta do ataque dos indesejados insetos.

Os urbanos talvez não saibam que os defensivos ficam, a cada dia, mais eficientes e menos danosos ao homem e ao ambiente, graças a constantes pesquisas desenvolvidas no mundo inteiro.

Estranhamente os mesmos que ajudam a impedir a entrada de novos produtos no país são os primeiros a gritar que tal ou qual produto que ainda está em uso no Brasil foi “banido” da Europa e dos Estados Unidos. Notem que o forte verbo pretende esconder a verdade: ele não foi banido, mas substituído por outro mais moderno. Eles (os ambientalistas) sabem ou deveriam saber que estamos usando estes produtos “banidos” porque os novos levam de 6 a 8 anos para serem aprovados por aqui. Também, ao contrário do que anunciam, o Brasil não está assumindo a dianteira na liberação de defensivos, apenas quer usar os que já são permitidos nos países desenvolvidos.

O que o projeto prevê é apressar o uso de novas armas tecnológicas, concentrando no Ministério da Agricultura a liberação que hoje depende de diversos órgãos, alguns infestados de ideólogos de esquerda. Para tanto, sugere aprovação provisória de produtos, cuja fórmula já esteja em uso em pelo menos três países participantes da OCDE ( organização de 35 países ricos para cooperação e desenvolvimento econômico ) e que adotem o código FAO, órgão cujo objetivo e eliminar a fome e erradicar a pobreza no mundo.

Sobre a burocracia brasileira e a pressão da esquerda lembramos o caso recente dos transgênicos. Quando eles já eram amplamente usados em países desenvolvidos como Estados Unidos e Argentina, principalmente em culturas de soja e trigo, aqui grupos diversos e a imprensa ingênua, estridentemente garantiam que eram cancerígenos. O tempo mostrou que eles estavam errados e que seus protestos só conseguiram atrasar a entrada desse avanço no país.

Neste episódio de oposição ao projeto de lei dos defensivos, o efeito aparenta ser contrário à suposta pretensão dos barulhentos: adiando a entrada no país de produtos mais tecnológicos, os opositores estão forçando o uso dos mais antigos e menos eficientes, porque, como mostra a experiência, sem defensivo é impossível produzir. Fica a impressão que a resistência é somente uma birra contra os agricultores, cujo sucesso os incomoda.

Parece que parte dos brasileiros prefere confiar menos na seriedade de países avançados que já usam os defensivos, e mais nas opiniões românticas de artistas, Chefes de cozinha e apresentadores de TV, que estão fazendo campanha contra este Projeto de Lei.

* Texto atualizado em 05.07.2018 

Renato de Paiva Pereira – empresário em Cuiabá/MT e escritor
renato@hotelgranodara.com.br

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